A abertura para aderir a inovações e mudanças na forma de fazer as coisas tornou-se parte do cotidiano de empresas e consumidores, que vêm abraçando mudanças em todas as frentes. No universo das vendas, a tecnologia virou uma forte aliada dos profissionais da área no Brasil, inclusive quando falamos em comércio virtual. O e-commerce, que já conquistava os consumidores antes da pandemia, ganhou ainda mais espaço a partir do isolamento social. Se há dois anos, o setor registrava alta de 73,88%, em 2022, segundo a CupomValido, o Brasil viu o mercado virtual crescer 22,2%, e a expectativa, a despeito da Black Friday ter ficado aquém do esperado neste ano, é de um crescimento médio anual das compras virtuais de 20,73% até 2025.
Se por um lado o comércio eletrônico cresceu, de outro lado temos consumidores desejosos por novas experiências de compras, cada vez mais surpreendentes. Entre os aspectos que podem impulsionar as vendas virtuais, além das diversas funcionalidades de inteligência de negócios, de gestão do relacionamento com consumidores e e vendedores – apenas mencionando as basilares -, o metaverso desponta agora como aliado do e-commerce.
O poder do metaverso de conquistar usuários é imenso: um estudo do Gartner indica que, até 2026, 25% dos indivíduos passarão pelo menos uma hora por dia nesse ambiente. Diante desse contexto, muitas organizações já começaram a investir nesse universo virtual. A Lacta lançou, em dezembro de 2021, uma loja virtual temática de Natal, fornecendo aos consumidores a experiência de um ambiente físico, com direito a prateleiras e à possibilidade de andar pelo metaverso. A Renner foi a primeira empresa de moda do País a embarcar no Fortnite, com uma loja reproduzida dentro do game que está entre os mais populares do mundo. Nesse ambiente, QR codes conduziam os internautas para o e-commerce da rede.
Apesar do cenário positivo do metaverso, as mudanças podem levar um tempo. Essa expectativa deve-se especialmente ao fato de que muito da tecnologia imprescindível para favorecer esse universo de realidade virtual imersível ainda deve levar alguns anos para se tornar plausível e acessível a todos.
Enquanto aguardam essa consolidação, as organizações começam a preparar suas infraestruturas tecnológicas, capacitar colaboradores e integrar sistemas, enquanto testam novas possibilidades. Isso significa que não é necessário iniciar, de imediato, com a venda de produtos. É possível estimular ações no ambiente virtual, especialmente a integração de lojas online e físicas. Pode-se iniciar desenvolvendo seus espaços no metaverso, inserindo anúncios em espaços já existentes, e testando lançamentos nesse “universo paralelo”. Ademais, as empresas devem começar a refletir sobre como integrar o e-commerce ao metaverso ou como possibilitar que consumidores experimentem produtos antes de adquiri-los.
Para tudo isso, é possível contar com experts. As possibilidades são inúmeras, e iniciar agora pode ser o diferencial para o momento que o metaverso se estabelecer de vez.
Autor convidado:
Felipe Bignardi – Leiloeiro na Leiloei