Lidar com o ser humano que está atrás do crachá continua sendo desafiador para empresas, líderes e colegas de trabalho.
Isso porque é muito importante lembrar que este ser humano é muito mais do que um cargo, do que performance e resultados. O velho conselho de deixar os problemas quando se entra na empresa só funciona na teoria, mas na prática somos feitos de histórias, pensamentos, sentimentos, emoções, pequenos e/ou grandes traumas, sonhos e necessidades.
Então, o primeiro e mais árduo passo é a transformação da cultura, de modo que o cuidado com as pessoas não seja apenas um discurso.
E, como toda transformação cultural, a vontade e a mobilização das ações para lidar com a saúde é da alta direção e não apenas do RH.
Outro passo importante é que as pessoas precisam de um espaço onde possam ser reconhecidas, sentir que pertencem e que seu trabalho tem sentido, ouvir e serem ouvidas, serem vistas e aceitas na sua individualidade.
Parece mágico quando abrimos espaços de diálogo genuíno nos quais é permitido falar de incômodos, de realizações, de sonhos, de medos. Promover encontros nos quais cada um possa se olhar e olhar para o outro como ele é, além de desenvolver os líderes para promover esses diálogos através do cultivo de um campo de confiança mútua.
Assim, perceber o ser humano que está atrás do crachá significa criar uma cultura para a saúde psicorrelacional através de conversas autênticas e empáticas, com a intenção de acolher os diferentes e as diferenças.
Esse pode ser um pequeno grande passo rumo à criação de um campo para que a saúde possa ser cultivada e fortalecida nas organizações.